7 de setembro de 2009

E agora?

Eu sabia que iria acontecer o que aconteceu. Ou melhor, eu já estava à espera de ser atingida mas não estava a contar que fosse de um modo tão intenso...
Ora eu passo a explicar. A minha querida K. não descansou enquanto não me tornou fã da saga Crespúsculo. Fartou-se de me falar nos livros, insistia que eu tinha que ler porque eu ia adorar, até me emprestou o DVD para eu ver à vontade na minha casa. Confesso que não entendia o porquê de tanta agitação. É só um livro (ou melhor, quatro), uma história de vampiros bonzinhos e vampiros mauzinhos (e eu que nem gosto de filmes de terror e que sempre dispensei tudo o que tivesse a ver com vampiros) e nem sequer é um clássico de literatura fantástica tipo O Senhor dos Anéis que já li duas vezes e que esperei ansiosamente cada filme da triologia.
Pronto, eu sei. Eu até acho graça a histórias de magia e fantasia e se tiver alguma coisa a ver com os celtas, os druidas e Avalon então tenho mesmo que ler. Mas vampiros?!?

A primeira "ameaça" de leitura foi nas minhas férias em Julho. Sei agora que se não tivesse outras ocupações para a minha mente durante aqueles 15 dias que teria ficado irremediavelmente viciada logo. Mas fui resistindo à tentação de pegar no livro e deixei-o a meio, ficando com a sensação de que ainda não era o momento.
Até que, naquela bendita viagem de comboio que eu fiz para ir ao aniversário da minha querida K., deu-se o esperado: fiquei viciada. Li a metade que faltava no caminho para Lx, a K. emprestou-me o segundo para ler no caminho de volta. Na primeira oportunidade vi o filme (que me soube a pouco e me fez desejar que 26 de Novembro chegue depressa para ir ver o segundo) e acabei por ler aqueles três livros (e como é enorme o Amanhecer!!!) que faltavam numa semana e meia. Mesmo sendo fim do mês e tendo ensaios, jantares e saídas pelo meio, fiquei vários dias acordada até às 3h e aproveitava cada bocadinho do dia para ler.
Pois... mas o mais curioso no meio disto foi a reacção que estes livros me provocaram. Contrariamente ao que toda a gente fala, eu não me sinto Bella. Nem sequer me sinto mais uma personagem, como me costuma acontecer. E mesmo com a capacidade de visualização que tenho, aguçada pela escrita impecável da Stephenie Meyer, fui vendo passar a história à minha frente tal como se estivesse no cinema. O que se passou comigo foi um despertar. Foi como se algo que estava adormecido há muito tempo começasse a espreguiçar os braços e se preparasse para me desafiar. A leitura destes livros abriu a porta da minha imaginação e agora que ela saiu eu não consigo "escondê-la" outra vez. De um momento para o outro eu comecei a ter uma vontade enorme de escrever embora não saiba muito bem o quê. De um momento para o outro eu desejei imenso saltar para o colo de alguém embora não o possa fazer. De um momento para o outro eu passei a ter a minha intuição muito mais atenta embora insista em não acreditar nela.

E agora, o que faço? Para suprimir o fim dos livros, uma amiga minha emprestou-me uma saga de livros de dragões para ver se lhes acho piada (curioso, para quem não era muito fã deste tipo de livros, passar de vampiros para dragões é uma reviravolta muito interessante). Estou a ler o Marley & me porque ando numa de filmes que são livros ou livros que são filmes ou se calhar porque é uma forma que tenho de mudar as imagens que andam a pulular na minha cabeça (ai como eu consigo ser tão criativa quando não quero!). Mas mesmo assim fico sem saber o que fazer. Se por um lado não quero voltar ao vazio que tinha antes, por outro lado tenho receio de dar demasiada rédea à minha imaginação e...
Será possível encontrar uma solução de compromisso? Ou melhor mesmo é arriscar?

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